A altura em que as mães se sentem mais inseguras, cansadas e com maior instabilidade emocional coincide com as primeiras semanas de amamentação. Se lhes for fornecida a informação correcta e se seguirem as orientações e se mantiverem calmas, ficarão mais confiantes durante a amamentação.
Durante as primeiras semanas de amamentação, as mães sentem-se mais inseguras, cansadas e com maior instabilidade emocional. Todos estes factores podem contribuir para o insucesso da amamentação se a mãe não souber como proceder perante estas dificuldades. Se lhe for fornecida a informação correcta e se a mãe seguir as orientações e se mantiver calma, ficará mais confiante durante a amamentação.
Muitos destes problemas poderão ser evitados se, durante a amamentação, a mãe colocar o bebé em diferentes posições e verificar que este faz uma boa pega.
Sinais de boa pega:
O lábio inferior do bebé está posicionado por debaixo do mamilo e encontra-se virado para fora;
O queixo do bebé toca na mama;
A boca do bebé apanha a maior parte da auréola e o mamilo constitui apenas 1/3 do bico: o bebé mama na auréola e não no mamilo;
Deve-se ver mais auréola acima do que abaixo da boca do bebé;
O bebé apresenta bochechas arredondadas, verificando-se o movimento do lóbulo da orelha.
A subida do leite e o ingurgitamento mamário
Logo após o nascimento e até ao quinto dia após o parto, o leite, designado por colostro, é amarelo e espesso e contém, entre outros constituintes, anticorpos maternos, que protegem o bebé contra infecções e ajudam a eliminar o mecónio.
Quando o leite sobe, entre o segundo e o quinto dia após o parto, as mamas ficam mais pesadas, duras e quentes, causando desconforto para a mãe. A subida do leite ocorre porque ainda não foi criado, na mama, um equilíbrio entre a quantidade de leite que produz e a que necessita produzir, pelo que compensa com excesso. Nos dias seguintes, o processo tende a normalizar, e as mamas produzem a quantidade de leite de que o bebé necessita. Outras causas do ingurgitamento mamário são o início tardio da amamentação, as mamadas infrequentes, a restrição na duração e frequência das mamadas ou a sucção ineficaz.
Para evitar o ingurgitamento mamário, a mãe deve dar de mamar com frequência ou retirar o leite, manualmente ou com a bomba. Se o leite não é removido em quantidade suficiente, as mamas podem ficar mais ingurgitadas, sendo mais difícil o bebé pegar, o que cria um ciclo vicioso com aumento do ingurgitamento causando dor e desconforto à mãe e por vezes contribuindo para que desista do aleitamento materno.
Para prevenir o ingurgitamento
Dar de mamar em horário livre;
Colocar o bebé em posição correcta e verificar os sinais de boa pega;
Usar roupas confortáveis e soutien próprio para a amamentação.
Para tratar o ingurgitamento
Retirar o leite da mama (de preferência através da expressão manual para não estimular a produção de mais leite, ou à bomba) até que as mamas fiquem menos ingurgitadas, o que se torna mais fácil para o bebé pegar mais eficazmente, quebrando o ciclo vicioso;
Estimular o reflexo de "ocitocina" ou de ejecção, através do relaxamento materno - massagem do pescoço e costas da mãe - olhar e tocar o bebé;
Aplicar compressas quentes antes ou durante a extracção do leite, para tornar o leite mais fluido;
Colocar compressas frias após a mamada, para reduzir o edema e assim aliviar a dor, e cerca de duas horas após a mamada, para reduzir a produção de leite.
Bloqueio dos ductos
Acontece quando os canais que drenam o leite para o mamilo ficam obstruídos. Isto traduz-se por um nódulo avermelhado e doloroso numa porção da mama, associado a calor e rubor, sem febre. As causas são o uso de roupas apertadas, pequenos traumatismos ou o facto de o bebé não realizar uma boa pega nessa porção da mama.
Para prevenir bloqueio dos ductos
Usar soutien próprio para a amamentação e roupas largas ;
Amamentar em posições diferentes, de forma a esvaziar todas as partes da mama.
Para tratar bloqueio dos ductos
Colocar o queixo do bebé virado para a área afectada;
Aplicar calor (compressas quentes) e massagem local antes e durante a mamada;
Oferecer mamadas frequentes.
Mamilos gretados ou dolorosos
Muitas vezes surgem gretas ou fissuras nos mamilos, o que torna o aleitamento doloroso e pode levar a mãe a amamentar durante menos tempo e com menor frequência. Por vezes, os bebés deglutem sangue materno das fissuras, que pode resultar em sangue nas fezes e causar grande ansiedade na mãe.
As causas mais comuns para esta situação são uma pega incorrecta e a maceração do mamilo.
Para prevenir os mamilos dolorosos ou gretados
Colocar o bebé em posição correcta;
Verificar os sinais de boa pega;
Lavar os mamilos unicamente uma vez por dia (evitar a maceração), não utilizando sabões, ou produtos secantes dos mamilos;
Evitar interromper a mamada ou então colocar um dedo suavemente na boca do bebé de modo a interromper a sucção;
Aplicar uma gota de leite no mamilo e auréola, após o banho e cada mamada;
Amamentar em "horário livre".
Para tratar os mamilos dolorosos ou gretados
Iniciar a amamentação pelo mamilo menos doloroso;
Colocar o bebé em diferentes posições para mamar;
Aplicar uma gota de leite no mamilo e auréola, após cada mamada e após o banho (facilita a cicatrização);
Expor os mamilos aos ar sempre que possível no intervalo das mamadas;
Não usar discos de protecção, mas sim copas protectoras de mamilos;
Se necessário, e até que o mamilo melhore, deve dar-se leite ao bebé de copo ou tetina.
Mamilos planos e invertidos
Ao contrário do que pensam muitas mulheres, um mamilo plano ou invertido não constitui uma barreira à amamentação, dado que apenas corresponde a 1/3 da porção da mama que o bebé deve introduzir na boca.
É importante, nestes casos, evitar o uso de tetinas ou chupetas (para evitar que o bebé tenha dificuldade em reconhecer o mamilo da mãe) e colocar o bebé ao peito logo após o nascimento.
É fundamental evitar o ingurgitamento uma vez que isto torna o mamilo menos saliente. Por vezes, é benéfico retirar uma porção de leite antes de cada mamada. Até ao estabelecimento da lactação, se necessário, a administração de leite deve ser feita por copo.
Mastite
Uma mastite é uma infecção do tecido mamário. Manifesta-se como uma mama ou área da mama dura, vermelha, tensa e dolorosa associada a febre alta e mal-estar. Ocorre em 1 a 3% das mães que amamentam.
Causas de mastite
Ducto bloqueado;
Ingurgitamento mamário grave;
Fissuras (porta de entrada para bactérias - Staphlococus aureus.
Como tratar a mastite
Aplicar o mesmo tratamento do ingurgitamento mamário;
Colocar o bebé à mama apontando a mandíbula para a zona afectada;
Repouso materno;
Antibioticoterapia se necessário;
Analgésicos.
Não se esqueça...
Faça uma alimentação variada e equilibrada
Evite as bebidas alcoólicas e o tabaco.
E... fale com o seu bebé enquanto o amamenta, pois, para além do leite, ele precisa de amor!
Sem comentários:
Enviar um comentário