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domingo, 14 de fevereiro de 2010

Sinusite/Rinossinusite


SINUSITE / RINOSSINUSITE



A sinusite, também chamada de rinossinusite, é o nome que se dá a inflamação dos seios paranasais (seios da face). Esta inflamação pode ser resultado de infecções (virais, bacterianas ou fúngicas), alergias, alterações do sistema imune, incluindo doenças auto-imunes (leia: DOENÇA AUTO-IMUNE).

Mas o que seriam os seios paranasais?

Os seios paranasais, também chamados de seios da face, são cavidades cheias de ar que se localizam em nossos ossos do crânio e da face, comunicando-se com a cavidade nasal.

São 4 o número de seios paranasais, a saber:

- Seio Frontal

- Seio etmoidal

- Seio Esfenoidal

- Seio maxilar






Os seios nasais desempenham várias funções, entre elas:

- Umidificação e aquecimento do ar respirado pelo nariz.

- Aumento da ressonância da voz.

- Equilíbrio das pressões intracranianas quando há variações na pressão atmosférica (mergulhos, viagens de avião, ou grandes altitudes).

- Secreção de muco para proteção das vias aéreas superiores.

- Absorção de impacto em casos de trauma (materiais ocos absorvem mais impacto do que materiais maciços).

Os seios paranasais são bilaterais e simétricos. Ligam-se à cavidade nasal por pequenos orifícios por onde são drenados o muco produzido. Quadros de alergia ou gripe, por exemplo, causam edema da mucosa nasal e aumento das secreções, obstruindo facilmente a drenagem dos seios da face. A impossibilidade de escoagem do muco produzido leva à congestão dos seios paranasais, e, consequentemente, sinusite.

O termo rinossinusite (rinite+sinusite) é tecnicamente mais correto que apenas sinusite, pois enfatiza a concomitante inflamação da mucosa nasal e dos seios paranasais.




A sinusite pode acometer qualquer um dos 4 seios paranasais, podendo ser bilateral ou unilateral.

A sinusite por ser classificada em:

- Sinusite aguda = quando os sintomas duram menos de 4 semanas

- Sub-aguda = quando os sintomas duram entre 4 e 12 semanas

- Crônica = quando os sintomas duram mais que 12 semanas.

- Recorrente = 4 ou mais episódios de sinusite durante o ano.

A imensa maioria das sinusites agudas são de origem viral ou alérgica, porém, a obstrução e estase do muco nos seios favorece a proliferação de bactérias, podendo levar à sinusite bacteriana.

Sinusites bacterianas que não são completamente resolvidas podem progredir para o quadro de sinusite crônica.

Sintomas da sinusite

Os sintomas da sinusite aguda incluem congestão nasal, corrimento nasal purulento (catarro), dor de cabeça, dor facial, dor na arcada dentária superior, dor em volta dos olhos, sensação de pressão quando se abaixa a cabeça, ouvidos entupidos, tosse (principalmente noturna), hálito ruim, diminuição do paladar e do olfato.

É comum a presença de dor quando fazemos pressão com os dedos sobre os seios nasais, principalmente nos seios frontais e maxilares que são os mais superficiais.

Quando há contaminação da sinusite por bactérias é comum haver febre. Porém, como a gripe pode desencadear sinusite e também cursar com febre, nem sempre é fácil fazer a distinção entre uma sinusite viral e uma sinusite bacteriana. É importante salientar que uma sinusite pode começar como uma infecção viral ou um quadro alérgico, e depois de alguns dias, se transformar em sinusite bacteriana.

Como os seios da face apresenta íntima relação com órgãos nobres como olhos, ouvidos e cérebro, a sinusite bacteriana pode levar a complicações graves. Portanto, é importante procurar atendimento médico sempre que houver:

- Febre acima de 38,5ºC

- Edema ou vermelhidão na face

- Edema e vermelhidão em volta dos olhos

- Visão dupla ou qualquer outra alteração visual

- Confusão mental

- Dor de cabeça muito intensa

- Rigidez de nuca

Complicações das sinusites

A sinusite bacteriana, apesar de apresentar uma taxa de mortalidade baixa, é uma infecção que não deve ser negligenciada, principalmente quando há os sinais descritos acima. Entre suas complicações podemos citar a infecção dos olhos, meningite, abscesso cerebral, infecção dos ossos da face, otites (infecção do ouvido).

Diagnóstico da sinusite

O diagnóstico da sinusite é clínico. O otorrinolaringologista pode fazer uma rinoscopia (endoscopia nasal) para tentar visualizar diretamente os seios paranasais.

Em caso de dúvida pode-se lançar mão de exames de imagem. A radiografia de seios da face, muito usado antigamente, não é mais considerado um bom exame pois não consegue identificar até 40% doas casos.

O exame de imagem mais utilizado atualmente é a tomografia computadorizada (TC). Compare a ilustração abaixo com a imagem de um TC dos seios da face. Ao contrário do RX, uma TC normal exclui o diagnóstico de sinusite.



A TC é normal e os seios nasais estão preenchidos apenas com ar (imagem preta). Abaixo, podemos ver uma TC e um RX evidenciando sinusite do seio maxilar direito. Reparem que no seio maxilar direito não há ar, apenas secreções.




TC - sinusite maxilar direito



RX - sinusite maxilar direito

 
Tratamento da sinusite



A maioria dos casos de sinusite aguda melhoram espontaneamente em 7 a 10 dias. O tratamento, portanto, é basicamente sintomático. Mesmo as sinusites bacterianas costumam ter prognóstico bom.

Estão indicados lavagem da cavidade nasal com solução salina (soro fisiológico) e aplicação de corticóides nasais. Compressas mornas sobre o rosto podem trazer alívio. Ingestão vigorosa de líquidos também ajuda.

Os descongestionantes nasais são geralmente usados em excesso e desnecessariamente. Quando necessário, indica-se o seu uso no máximo por 3 dias, uma vez que estão associados a recaídas, com congestão nasal de rebote.

O uso de anti-histaminicos, apesar de ser muito prescrito, não apresenta evidências de que tragam benefícios.

Durante as crises é importante evitar contato com fumaça de cigarro, um importante fator de irritação das vias aéreas.

Os antibióticos só devem ser usados quando há evidências de sinusite bacteriana. Os mais usados são Amoxacilina, Bactrim® e azitromicina.

 
Sinusite crônica



A sinusite crônica é aquela que permanece por mais de 12 semanas consecutivas apesar do tratamento.

A sinusite crônica está, não só, mas muito associado à presença de desvio de septo nasal e/ou pólipos nasais. Os dois propiciam a cronicidade por facilitar a obstrução da comunicação entre os seios paranasais e o meato nasal.

Outras causas de infecção crônica são a sinusite por fungos, doença do refluxo gastroesofágico, alergia respiratória recorrente, HIV, asma e fibrose cística.

Enquanto a sinusite aguda, costuma resolver-se sozinha em alguns dias, a sinusite crônica é uma inflamação mais difícil de ser controlada e deve ser sempre avaliada por um otorrinolaringologista.


 http://www.mdsaude.com/2009_12_01_archive.html#ixzz0fV5ph007

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