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domingo, 23 de maio de 2010

Pílula do dia seguinte

O que é?

A pílula do dia seguinte é um método ocasional de contracepção de emergência, que pode ser usado depois de uma relação sexual não protegida ou quando houve falha do método contraceptivo, e em que é utilizada uma substância activa chamada de levonorgestrel. É um medicamento para evitar uma gravidez não desejada. Esta pílula quando tomada de acordo com as recomendações (no máximo até 72h após o acto sexual) reduz o risco de engravidar, embora não seja 100% eficácia. Como funciona ? O máximo que as pessoas sabem é que ela funciona como um método contraceptivo, o que não corresponde à realidade. Ao contrário do que muita gente pensa, a pílula não mata os espermatozóides; o que ela faz é evitar que ocorra uma fecundação.
 
Como ela possui uma grande dose de hormonas, normalmente uma combinação de estrogénio e progesterona alteram as características do muco vaginal, impedindo a passagem dos espermatozóides, provocando ainda uma mudança no crescimento da camada interna do útero, onde haveria a implantação do óvulo, e acelerando os movimentos das trompas, fazendo com que o óvulo chegue ao útero sem estar maduro.

Algumas informações sobre o ciclo menstrual e a contracepção:



O ciclo menstrual é o tempo que decorre entre duas menstruações. Normalmente o ciclo dura 28 dias, mas pode variar consideravelmente de mulher para mulher. A menstruação ocorre quando uma mulher não está grávida. A meio do ciclo, é expulsado um óvulo de um dos dois ovários, momento este chamado de ovulação, que habitualmente tem lugar a meio do ciclo, mas pode ocorrer a qualquer momento durante o mesmo. Se junto do óvulo houver espermatozóides, pode ter lugar a fertilização (ou seja, a junção entre o óvulo e um espermatozóide para criar um ovo ou zigoto/embrião). Após alguns dias, o óvulo fertilizado implanta-se no útero e dá-se início a uma gravidez.  Os métodos contraceptivos têm por finalidade prevenir:
- ou a ovulação: este é o caso do contraceptivo regular (pílula contraceptiva);
- ou a fertilização (junção do espermatozóide com o óvulo): é o caso dos preservativos:
- ou a implantação de um óvulo fertilizado: este é o caso dos Dispositivos Intra-Uterinos(DIU).

A contracepção de emergência tem por finalidade impedir a ovulação ou prevenir a implantação se a relação sexual ocorreu nas horas ou dias que antecederam a ovulação, ou seja, num momento em que existe maior probabilidade de ocorrer a fertilização, no entanto, torna-se ineficaz logo que se inicia o processo de implantação do ovo. Sem utilizar um método contraceptivo, uma mulher não pode excluir a possibilidade de engravidar após uma relação sexual. Se tomou este medicamento e não utiliza regularmente um método contraceptivo, recomenda-se que consulte o seu médico a fim de obter conselhos sobre um método contraceptivo adequado ao seu caso.


Como tomar?

São necessárias cerca de 72 horas para o espermatozóide chegar até o óvulo, e é neste período que pílula deve ser tomada. Deste modo, para que seja eficaz, é necessário tomar os dois comprimidos simultaneamente o mais cedo possível depois de ter tido uma relação sexual não protegida, preferencialmente nas primeiras 12 horas, mas não depois de passadas 72 horas (3 dias), e quanto mais cedo forem ingeridas, melhor: dá mais tempo de evitar que o espermatozóide fecunde o óvulo. Caso isso já tenha ocorrido, as pílulas fazem com que o óvulo não consiga ser implantado no útero, o que impede a gravidez.
Se já estiver a usar um método regular de contracepção, tal como a pílula contraceptiva, pode continuar a sua toma no horário habitual.

Com que frequência pode tomar?

 A pílula do dia seguinte só deve ser utilizada como medida de emergência e não como um método regular de contracepção. Se for utilizada mais do que uma vez no mesmo ciclo menstrual, é frequente que este último fique alterado.
Este tipo de medicamento não actua como os métodos regulares de contracepção. O seu médico ou o centro de planeamento familiar podem informá-la acerca dos meios contraceptivos a longo prazo, que são mais seguros e eficazes na prevenção da gravidez.

O que fazer se tomar um número excessivo de comprimidos ao mesmo tempo?

 Mesmo não havendo referência de que a toma de demasiados comprimidos numa dada altura prejudique gravemente a saúde, a mulher em causa pode sentir-se enjoada, vomitar ou mesmo sofrer hemorragia vaginal. Consulte o seu médico, farmacêutico ou centro de planeamento familiar se se sentir enjoada, pois os comprimidos podem não ter actuado adequadamente.


Riscos quando usada constantemente...

Mais do que uma atitude imprudente, é um verdadeiro atentado à saúde. A pílula do dia seguinte chega a ter dez vezes mais hormonas que as convencionais. O uso contínuo, várias vezes ao mês, altera o ciclo menstrual e aumenta o risco de gravidez, diminuindo a eficácia do método. Este abuso pode causar danos graves, como cancro da mama e do útero, problemas numa futura gravidez, além de trombose e embolia pulmonar.
A contracepção de emergência não dá nenhuma protecção contra as doenças sexualmente transmissíveis. Neste momento, verifica-se um aumento do risco de gravidez devido à prática sexual sem recurso a qualquer forma de contracepção, sendo que há um grande risco das DST’s, nomeadamente a SIDA, a Chlamydia (associada a cada vez maior número de casos de esterilidade) e o papiloma vírus humano (associado a cada vez maior número de casos de casos do colo do útero).
Mulheres com factores de risco tromboembólicos pessoais ou familiares devem evitar o recurso a este tipo de fármaco, uma vez que também aumenta os riscos de complicações vasculares, ainda que se encontrem mal avaliados.


Depois de tomar a pílula do dia seguinte

 
Se depois de tomar a pílula do dia seguinte pretender ter relações sexuais e não estiver a utilizar pílula contraceptiva, deve usar preservativo ou espermicida para utilização com diafragma. Este medicamento não actuará novamente se tiver outra relação sexual não protegida, antes do período seguinte.
Aconselha-se uma consulta médica cerca de 3 semanas depois da toma do medicamento, de maneira a se certificar da actuação do mesmo. Se o período se atrasar mais de 5 dias ou for invulgar ou abundante, deverá de igual modo consultar o seu médico o mais brevemente possível. O mesmo deverá fazer se ficar grávida mesmo depois de tomar a pílula do dia seguinte; o seu médico indicar-lhe-á métodos de contracepção a longo prazo que são mais seguros e eficazes na prevenção da gravidez.
Se continuar a utilizar contracepção hormonal regular, como a pílula contraceptiva, e não tiver hemorragia de privação normal, consulte o seu médico para ter a certeza de que não está grávida.


Prevenção
 
Este tipo de fármaco não deverá ser encarado como mais um contraceptivo, uma vez que não o é. Neste sentido, não deverão ser “postos de parte” os reais métodos de prevenção – pílula, espermicida, DIU, diafragma, preservativo, anel vaginal, etc. – uma vez que a pílula do dia seguinte não previne uma gravidez e, sobretudo, as Doenças Sexualmente Transmissíveis. 
Para além do mais, não deverá ser usada de uma forma inconsciente e irresponsável, mas sim como um derradeiro recurso.
Deste modo, dever-se-á então incidir-se na educação para a saúde, nas consultas de planeamento familiar, e portanto na qualidade de vida e nas atitudes responsáveis.


Há que prevenir, e não remediar!



É importante lembrar que a contracepção de emergência não protege contra posteriores relações sexuais desprotegidas nem contra doenças sexualmente transmissíveis. Portanto, não substitui os anticonceptivos.

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